domingo, 18 de outubro de 2009

Poesia de homenagem aos 49 anos de casamento de nossos pais Vicente de Souza Breves e Benedita Napoleão Breves

Não sou poeta, não sou musico,
Também não sou artista.
Não sei compor bem as palavras
Nunca fiz curso para isto.
Sei o que está no meu coração,
E porque eu existo.
Sei contemplara cada momento,
Muito melhor que os escritos.
Sei falar da realidade,
E porque estou feliz.

Porque quis Deus que chegássemos,
30 de maio de 2008.
Com vida e saúde,
Na alegria, na paz e no amor.
Superados alguns obstáculos,
Prontos para superar outros.
Por que o nosso pai do céu,
Em tudo nos ajudou.
E sempre nos ajudará,
Por que não desampara o seu povo.

Essa alegria contemplada,
Porque a fé nos trouxe até aqui.
Uma história tem sentido,
Se Deus assim não permitir.
É ele quem soma os anos,
Que da vitória no dia a dia.
Sem essa fé com certeza,
Também os dias não existiriam,
Para contar a vitória,
Daqueles que nele confia.

Essa história não é vã,
É uma história bem vivida.
Começada em 1959,
Uma viagem bem comprida.
Quis Deus dar este privilégio,
De não ser interrompida.
Pra mostrar pra filhos e netos,
A certeza garantida,
Da honra e do amor,
Que torna a vida digna.

Essa história é bem sólida,
Que marcou a vida de dois jovens.
Que marcados pela paixão.
A casar-se resolve,
Para uma vida longa, duradoura,
Que nenhuma ilusão as remove,
É o mais verdadeiro e puro amor.
Que só quem tem no coração é que pode.
E confia nas graças de Deus,
Pra conservar aquilo que é nobre.

Nascido no Estado de Minas Gerais,
Órfão de pais foi logo ficar.
Quis a vida e o destino,
Foi para o sertão do Paraná.
Apaixonado pela vida,
Seu destino era trabalhar.
E lá na cidade de Flórida,
Com Ditinha foi se encontrar.
Olho no olho e o sorriso apaixonado,
Começaram a namorar.

Homem de coragem e pronto,
Chamado José Napoleão.
Do disposto Vicentinho,
O pedido de sua filha a mão,
Para dar-se em casamento,
Sem importar com a situação.
O que pretendia no momento,
Era satisfazer a paixão.
Casar-se com Ditinha,
E continuar no sertão.

Precisou muita coragem,
O homem não era mole não.
Mas Vicentinho era valente,
E disse a José Napoleão.
Sua filha me agrada,
Essa é a ocasião.
Dentro de poucos dias,
O casamento realizou-se então,
Matrimonio abençoado por deus,
Para longa duração.

A luta continuou,
Com muita fé e disposição.
Onze filhos lhes nasceram,
E a todos deu boa educação.
Passou por muitas dificuldades,
Mas nunca se entregou não,
Sempre com muita fé em Deus,
O nosso pai da bênção,
A quem para falar sobre ele,
Nunca esperou ocasião.
E para os filhos sempre mostrou,
Que era preciso ter bom coração.

Também passaram por momentos,
De sentimentos e de dor.
Porque dois de seus filhos,
A morte os levou.
Foi motivo de tristeza,
Que a perda chorou,
Mas pela fé que sempre teve,
Nunca se entregou,
Porque o pai celestial,
Sempre lhe confortou.

A vida nunca foi fácil,
Para disposição teve pra trabalhar,
Unidos para criar os filhos,
Para uma boa educação a eles dar,
Amar uns aos outros,
E aos mais velhos respeitar,
São exemplos que em suas vidas,
Nunca vieram faltar.
Enfrentando crises políticas,
Secas no Estado do Paraná.
Herói e bravo Vicentinho.
O pão aos filhos nunca deixou faltar.

Falar essa historia não é fácil,
Mas dá orgulho em falar.
Pois se trata de um herói,
Do sertão do Paraná,
Que fez amigos e admiradores,
Mas quis o destino não pode permanecer lá,
Porque a cultura da soja,
Não deixa espaço pra o braçal trabalhar.
Pensando em seus oito filhos,
Que tinha para sustentar,
A busca de uma melhora,
Para o sertão de Mato Grosso foi mudar.

No coração da virgem mata,
Uma estradinha foi encontrar.
Eram cinco meses de solidão,
Sem nela um carro passar,
A malária não faltava,
Com ganância de matar.
Minha mãe caiu doente,
Papai teve que se virar.
Não podia deixar morrer,
Vinte quilômetros teve que andar,
Para buscar dona Socorra,
Para de mamãe cuidar.

Dona Socorra mulher sertaneja.
Bravura que o sertão conheceu.
Esposa do Velho Mosquito,
Mulher abençoada por Deus.
Enquanto papai com machado na mão,
Com muita confiança em Deus.
Fez derrubadas e plantou lavouras,
Realizando os sonhos seu.
Sua filha ficou muito doente,
Pela graça de Deus não morreu.

Entre lágrimas e tristeza,
O joelho ao chão dobrou,
Pela fé que tinha em Deus,
Com muita confiança clamou.
Já quase sem esperança de vida,
Nas mãos do doutor entregou.
Este sem dar-lhe esperança.
Com carinho dela cuidou.
Mais de trinta dias hospitalizada,
Mamãe com ela ficou,
Quis Deus essa graça,
Ela se recuperou.

O sonho da terra e da lavoura,
Como um bom trabalhador.
Foi que no coração da virgem mata,
Esta oportunidade buscou,
Foram dois anos de sofrimento,
Mas o mineiro nunca se entregou.
Cento e dez quilômetros de Porto dos Gaúchos,
Foi onde a luta marcou,
Era sertão e sem recursos.
Mas Deus lhe abençoou.
Em meio a tantas dificuldades,
Mas Vicentinho nunca entregou.

Alem de sua fé,
De tanta dedicação.
Mamãe sua companheira,
Sempre lhe dava a mão.
O lar foi sempre feliz,
Por isso não abalava a situação.
Até que chegou um momento,
Que teve que tomar uma decisão,
Pois com oito filhos pequenos,
Não podia ficar naquele sertão.
Saiu a pé rumo a um destino,
A procura de nova colocação.

Na estrada da Baiana,
Foi onde ele caminhou.
Não tinha vizinho e nem moradia,
Somente a graça de Deus acompanhou.
A estrada era caminho de onças famintas
Mas nenhuma ele encontrou.
Mas teve grande medo,
Quando a noite chegou.
As enormes e fundas poças d’água
No escuro em todas elas mergulhou.
Caminhando na escuridão,
Esse herói não se intimidou.

Cento e dez quilômetros caminhados,
Até Porto dos Gaúchos chegar.
Mais vinte quilômetros,
Até Novo Horizonte teve que enfrentar,
Onde as lavouras de café,
Fez-lhe apaixonar,
Na propriedade do senhor Duca,
Foi aonde foi parar,
Combinados para em poucos dias,
Com a mudança chegar,
Mas se naquele tempo,
Veículo não passava por lá,
Até que um belo dia,
Pegamos carona em um trator que passou por lá.

Foi uma luta difícil,
Para a família libertar.
Na Água do Caracol,
Foi aonde viemos morar,
Andamos dois dias inteiros,
Para em nosso destino chegar.
Cheio de fé e de alegria,
Para a vida recomeçar.
Foi uma luta difícil,
Até tudo se acertar.

Plantou sua lavoura de café,
Cheio de vida e esperança.
De criar sua família,
Mesmo na dura sentença.
De trabalhar quase sem recursos,
Pra fazer a plantação,
Necessitou muitas vezes,
A ajuda do patrão.
Pois vindo de uma vida como veio,
Não era boa a situação.
Mas a tudo isto venceu,
Porque Deus é muito bom.

Lugar novo, vida nova,
Esperança de a vida melhorar.
Foi um novo amanhecer,
De tudo começou a plantar.
Família unida, luta acirrada,
A presença de Deus não faltou para abençoar.
Ali nasceram mais dois filhos,
Para a família completar.
Divanilda e Misael,
Agora o casal teve que se cuidar,
Pois tanto amor um pelo outro,
Podia mais filhos chegar.

Sua maior alegria,
Foi ver seus filhos se casar.
Amparados pela companhia,
De quem poderia lhes cuidar.
Em mil novecentos e noventa e cinco,
Ao município de Porto tornou a voltar,
Trabalhando duramente,
Para seu sonho realizar.
Pois o sonho que lhe acompanhava,
Era seu pedaço de terra comprar.
Só no ano de dois mil.
O sonho veio realizar.
Construiu sua boa casa,
E feliz nela foi morar.

Ano de dois mil e dois,
Mais um sonho veio a concretizar,
Pois já era a hora certa,
E precisava se aposentar,
Mas parecia um fim,
Doente veio a ficar.
Esperando que era a hora,
A família procurava conformar,
Dizendo: pedi a Deus e vocês criados,
Agora Deus pode me levar.

Dizia a todos vocês criei,
E amparados todos estão.
Se Deus agora me levar,
Já cumpri no mundo minha missão.
Vocês estão todos criados,
E dei-lhes boa educação.
Já era as 18:00 horas
Quando entramos num avião.
Levando para Cuiabá,
Esperando a solução,
Pois o médico deu apenas oito horas,
Para recuperar-lhe o coração.

Quis a vontade de Deus,
E os médicos a Deus agradeciam.
Caminhando alegremente,
A mim eles diziam.
Enquanto vocês oravam a Deus,
Nós o serviço fazíamos.
O sr Vicente está bom,
Eles que antes de nós despedia.
Agora já era passada as fortes dores,
Que antes ele sentia.
Já era a madrugada do dia seguinte,
Corri pra informar a família.
Que ansiosos aguardavam noticias,
Sem saber o que acontecia.

Neste dia vi o grande valor,
Que esse humilde homem tem.
Além da família preocupada,
Os amigos também.
Era ligação a todos os momentos,
Perguntando se estava bem.
Todos queriam ele vivo,
Com saúde e Deus disse amem.
Ouviu os rogos de família e amigos,
E aqui está nosso pai com a mãe.

Anos já se passaram,
Isso ficou no esquecimento.
Porque Deus prolongou seus dias,
Reservou para nós bons momentos.
Como esse que reunimos,
Para comemorar 49 anos de casamento.
Com aquela que na dura jornada,
Sempre esteve presente.
Como boa mãe e boa esposa,
Dando aos filhos esse bom exemplo.

Pra o que der e vier,
Na alegria e também na dor.
Naquele hospital todos riram,
Quando ela em seu rosto beijou.
Eu fiquei orgulhoso,
Por saber do grande amor.
Que marcou toda sua vida,
E isto nunca fracassou.
Pra quem veio até ali,
Talvez pensando que não viria denovo.
Era um momento muito feliz,
Porque o nosso Deus a vida lhe conservou.

Cumpriram o juramento,
Que um dia perante a fé jurou.
De viver um para o outro,
Na alegria, na tristeza ou na dor.
Guardando no coração a aliança,
Que Deus os abençoou.
Marido e mulher para sempre,
Zelo e cuidado não faltou.
Carne da minha carne, ossos dos meus ossos,
Foi a palavra que Deus falou.
Nuca separa o homem,
Aquilo que Deus ajuntou.
Essa foi uma união para durar.
Do jeito que Deus mandou.

Pai e mãe estão felizes,
Hoje aqui reuniu a família.
Para comemorar mais ano juntos,
Com muita satisfação e alegria.
Afinal são quarenta e nove anos,
Guiado pelas mãos divinas.
Cheia de fé e esperança,
Uma união que Deus ilumina.
Amém a Deus o nosso pai,
Pela paz e pela vida.

Nesta simples poesia,
Sinto orgulho em registrar.
Esta vida maravilhosa,
Que Deus quis até hoje preservar.
Pai e mãe estamos felizes,
com certeza a tia Maria e a família também está.
Pois foi um momento muito bom,
Que vieram a você achar.
Obrigado Deus por tanta felicidade,
Que quis hoje nos presentear.

Rogamos ao nosso Deus querido,
Para sua vida abençoar.
E que muitos dias como esses,
Juntamente possamos alegrar.
A você tia Maria,
Que está no Paraná.
Com certeza neste momento,
Muito feliz está,
Juntamente aos filhos e filhas,
Desejando com nós comemorar
E como é grande a distância que nos separa,
Não podemos agora nos abraçar.

Tia Maria e família,
Sei que queriam estar aqui neste momento.
Comemorando conosco está data,
Mas a distância não deu consentimento.
Mas podem ter certeza,
Estão em nosso coração,
Obrigado Deus pelo dia pela vida.
Proteja nossos pais e nossos parentes,
A todos daí a felicidade,
De comemorar dezenas de anos de casamento.
Separação que só pertence a Deus,
Quando lhe provier o tempo.

Juara, 31 de maio de 2008.
Natalino de Souza Breves.

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